Diário da Tuor Européia

04-07-2009 16:20

Segue o diário escrito por Fredi Endres em terras portuguesas:


29 de Junho, segunda-feira.

Saímos de POA às 13hs, chegamos no RJ e fomos direto para a fila da Ibéria para fazer o check in. O Galeão, aeroporto carioca super anos 80 falido, estava com os computadores fora do ar. Ficamos ali, naquele cantão comendo sanduíches bancados pelo Calcanhotto, tomando coca-zero e acessando a internet pelo maravilhoso ZTE Connection da Vivo. Ligamos para Rodrigo e Bianca (casal Leela), que iriam voar para Londres (com escala em Paris) no mesmo horário que a gente (!) e eles já estavam chegando. Pra completar a coincidência, o check in da Air France era do lado do nosso. Mais uma vez Carol e Fredi encontram Rodrigo e Bianca em uma situação mega inusitada. Carol mandava mensagens pelo Twitter e Bianca escrevia no Facebook. Enquanto isso eu empurrava o carrinho com o note em cima do case da minha guitarra Gibson SG. A fila começa a andar. Lembrei que tinha que sacar os 250 reais que o DJ Schutz tinha me dado pra eu comprar um fone Wesc pra ele em Lisboa. Saí correndo atrás de um caixa de Itaú, saquei o dinheiro e depois fui trocar por Euros. Fotos no embarque, Rodrigo e Bianca pelo portão 10, Fredi, Carol, Nando e Calcanhotto pelo portão 11.

Descobri porque a Ibéria é barata ao entrar no airbus. Poltronas apertadas sem tela de televisão interativa e…no resto tudo ok. Comida razoável, pão, pão, pão, pão, pão, um vinho tinto excelente e uma lata de Pilsener quente pra me ajudar a dormir.

30 de junho, terça-feira.

Depois de 10 horas de voo, chegamos em Madrid. Na imigração apenas disse que eu não estava indo pra Espanha e que Madrid fazia parte da conexão que me levara a Porto, Portugal. Ok. Carimbão de entrada pra Carol e eu. Acho que casais enfrentam menos problemas do que caras sozinhos entrando nesse tipo de país que não tem relações diplomáticas muito legais com o Brasil. Agora Carol dorme encostada na janela do avião, dopadinha de Rivotril. E eu digito com os ouvidos entupidos, tomando suco de tomate enquanto o avião desce até Porto para, finalmente, chegarmos na cidade das 3 primeiras apresentações (duas da CNJ e uma de Chernobyl).


01 de julho, quarta-feira.

Acordamos perto do meio dia e fomos almoçar no restaurante da Casa da Música, que é o lugar onde acontece o Festival Mestiços. Estávamos completamente desregulados do sono, por causa do famoso jet lag. Pois na terça, quando chegamos, dormimos das 14 às 21hs e obviamente trocamos a noite pelo dia.
Perto da Rotunda da Boa Vista mandei fazer um cabo que conectasse o computador a mesa de som para disparar as batidas eletrônicas no show. Em qualquer país do mundo isso seria algo complicado, mas quando se está em Portugal é diferente, pois todos falam a nossa língua, e, além de terem a energia parecida com a dos brasileiros, são extremamente simpáticos. Acho que Portugal vê o Brasil como uma espécie de filho, ou melhor, filhão.

Depois de algumas horas na recepção do hotel tomando cafés e Carol acessando internet com muita sagacidade, subo para o quarto do Eron, produtor nosso em Portugal, para traçarmos o cronograma de transporte da tour. Às 19:30 hs nos mandamos para o primeiro show da Comunidade Nin-Jitsu na Europa. O cabo que mandei fazer não funcionou, me avisa Rafa, nosso técnico de som. Hahaha! Era bom demais pra ser verdade. Mas o mestre do som da Fnac nos emprestou um cabo que funcionava. O show foi divertido, bem light, como uma espécie de aquecimento para os mais pesados e “responsa” que viriam na sequencia da tour. Tocamos super bem e o público diversificado que ali estava adorou e comprou cds com a gente. Após nosso debut no Velho Mundo, fomos jantar na casa do Fernando, o diretor da Casa da Música, que é um dos grandes responsáveis por estarmos sendo tão bem acolhidos no Porto. Picanha, feijão com arroz, farofa, couve, cerveja, vinho e muito som no toca-discos da sala de sua casa incrível que fica localizada em uma rua extremamente estreita, que lembra as servidões de Floripa. Na volta pro hotel, uma carona em um carro igual ao da Quadrilha de Morte da Corrida Maluca, sendo guiado pelo excelente fotógrafo que é sósia de Jesus Cristo, Norberto, ouvindo Tom Waits a milhão.

 


02 de Julho, quinta-feira.


Descemos do táxi no Mercado do Bolhão e caminhamos muito pela parte mais antiga-medieval-com-cara-de-europa da cidade, próximo ao Rio Douro. Atravessamos a ponte, andamos em ruas, ladeiras similares ao centro de Porto Alegre, porém muito mais antigas.

Visitamos castelos, igrejas e comemos bolinho de bacalhau à beira do Rio Douro, visualizando as fábricas de Vinho do Porto. Uma delicia mesmo foi a porção de berbigões que o dono do restaurantezinho nos deu de cortesia.

De noite, show do mestre brasileiro Naná Vasconcelos na primeira noite do Festival Mestiço.

por Fredi Chernobyl Endres.

 

03 de julho, sexta-feira.


Dia de acordar tarde, para ter energia na noite. Almoçamos (eu, Carol, Nando, Mano e Tabata), no shopping próximo ao Hotel Tuela. No cardápio tinha bacalhau com nata, feijão com arroz e muita bobeira pela tarde.

A noite começou bem: papo com o amigo Kassin, seguido de show da Orquestra Imperial. O show dos caras é muito divertido, despretensioso e tem uma qualidade musical absurda. Fico pensando: “como eles são MÚSICOS, como eles têm REPERTÓRIO”. Amarante do Little Joy (ex-Los Hermanos) rodava pelo palco num clima de chalaça, cantando de vez em quando. E foi nesse clima de farra que a Orquestra Imperial conquistou os portugueses que fizeram até trenzinho pela Casa da Música.

Uma da manhã é hora de ir para o Plano B (club mais legal do Porto). Carol encontra as amigas brasileiras que aqui estão morando, Duda e Thaís, e junto com a Comunidade formamos um bonde para minha apresentação como DJ Chernobyl, pela segunda vez neste ano no Porto. Muito funk, electro, fidget, maximal, Baltimore, mash ups, misturebas loucas e dançantes. A galera dançou muito e a casa lotou. Lá pelas tantas chamei Mano Changes para inserir vocais, rimas e agitar a massa. Acho que toquei umas setenta músicas em uma hora e quarenta, ritmo mega-frenético para os portugueses descerem até o chão. Lá pelas seis da manhã voltamos para o hotel e…dormimos.

por Fredi Chernobyl Endres.

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